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domingo, 9 de fevereiro de 2014

Ainda um louco olhar

Seu olhar enroscado no meu era tudo o que a gente tinha. Até o nunca mais.

Pois é, querer ver (nem sempre)
é poder
um tele-beijo folclórico
e mais algumas palavras
sorvidas gota-a-gota
bem ao gosto das figuras
que se sabem amantes na intenção

Negar tudo sempre é preciso
e possível é porque o crime,
como manda o figurino,
jamais se viu concreto
mas os dois pares de olhos
se lambem, se deleitam

não se escondem porque
não adianta: já se disseram tudo
e apesar daquele fone ali,
daquele barulho infernal
olha eles ali, os olhos
sem-se-ver-se-vendo
combinando um encontro real.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Abrindo o bau poético

Imagem aqui

Há um tempo atrás, prometi a mim mesma que iria dar um jeito de encontrar os poemas que escrevia quando era (mais) jovem. E que os traria pra cá. Pois bem, achei alguns na mudança de casa e hoje trago o primeiro. É uma louca viagem para mim, nem todos são datados, de alguns não me lembro da inspiração. E nada tem título...




A poesia amadurece
seus momentos
nas páginas novas
dessa vida-canção.
Longamente adormecida
no medo,
noites de frio - dias de pesar,
rompe a fronteira
do prazer
de novamente se delinear,
mansa cadência
de requebros
no aconchego
de um papel vagabundo,
como o são as manhãs
de abril.

(11/04/1988, não imagino onde, folha de uma agenda velha de 1987)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Escuridão que ilumina!

Há quem passe assim seus dias, como almas-buraco-negro. Absorvem tudo que tocam, se adensam e se vão. Seguem em frente cumprindo o desígnio a que se propõem todos os dias ao se levantarem de seus féretros. Percebem ou não o desastre ao redor de si, a antropofagia que os nutre, os há dos dois jeitos. Bem o sei. De um ou de outro jeito, é inefável seu destino: destruição por todo lado que olharem, aridez, ausência de recurso no final. Qual será o fim de um buraco negro? Uma imensa explosão? Um mísero “puf”? O não-som? Não arrisco.


Esta imagem veio daqui
Não é com amargura que me vem essa reflexão. É com a alma iluminada por tons e cores de vida. Toda vida é mestra. Grata por ter estado em face e em frente, por conhecer lados e vertentes desafiadores. Por resvalar, ora no abismo, ora no limbo. E por sempre deles escapar. Certeza de agregar percepção, de desistir de olhar para a escuridão procurando luz. A cor ao meu redor existe, reconheço. O movimento é para frente, com os braços abertos, e jorram cores em jatos iluminados, em fios que brilham enlaçando e costurando alianças que libertam.

Sereno que cai. Não saia no sereno, menina. Agasalhe-se e cubra os pensamentos, leve-os bem acolhidos e aconchegados. Daqui a pouco será dia de novo, e nessa hora verá outros braços recheados de sons e cores que junto das suas serão jardim. Serena.