Seu olhar enroscado no meu era tudo o que a gente tinha. Até o nunca mais.
Pois é, querer ver (nem sempre)
é poder
um tele-beijo folclórico
e mais algumas palavras
sorvidas gota-a-gota
bem ao gosto das figuras
que se sabem amantes na intenção
Negar tudo sempre é preciso
e possível é porque o crime,
como manda o figurino,
jamais se viu concreto
mas os dois pares de olhos
se lambem, se deleitam
não se escondem porque
não adianta: já se disseram tudo
e apesar daquele fone ali,
daquele barulho infernal
olha eles ali, os olhos
sem-se-ver-se-vendo
combinando um encontro real.
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domingo, 9 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Duas semanas, uma vida inteira


Eu tenho um palpite de aprendiz de fiandeira: essas histórias são escritas em tear. Milhares de milhões deles estão por aí, de todos os jeitos e formas, tecendo sozinhos mecânicos, tocados a muitas mãos continuamente, usando linhas de tons da mesma cor, produzindo erráticos coloridos ou previsíveis padrões.
Quem disse que todo amor-tecido tem o mesmo desenho? Não há pressa para terminar o trabalho do artesão quando a trama, acabada, não faz sentido. Ali está uma história. A nossa história possível. Vez por outra damos a ela um novo tom, recriamos o desenho a quatro mãos. Se haverá outro balão de sombra colorida a se projetar no urdume, pouco importa. Vou lá, abro a janela da sala, abraço a luz que sempre entra e inspira. Uma vida inteira a tecer.
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