quinta-feira, 18 de junho de 2009

Menininhas do Meu Coração

Imagem: Paulo Ferreira da Silva (Acervo pessoal)
Café-com-leite, Pingado e Leite em Pó. Gina, Jane e Binha. Menininhas do papai e das mamães. Reunidas para a foto, na frente de uma igreja de cidade do interior de Minas, quem será que estava se casando? Primavera de 65, olhares tímidos, calcinhas e perninhas à mostra, pirulitos nham-nham-nham, elas parecem olhar para o mundo à frente de seus olhinhos castanhos e azuis, o mundo que brotava das escadarias da Glória. Ele, o pai, atrás da câmera, captura, no instantâneo, perguntas irrespondidas, sombras de pensamentos infantis: por que ela não mora conosco? porque elas não brincam lá em casa? por que a avó dela não é nossa avó?
Elas têm cinco, três e dois anos, irmãs por ele. Ele diz que as mulheres são sua sina, seu pecado, tanto que fez três. Mais uma viria depois, mas isso é outra prosa. Ou verso...
Depois que ele se foi, Vinícius soa para mim com outros sentidos.


Valsa para uma menininha
Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho
Menininha do meu coração
Eu só quero você
A três palmos do chão
Menininha, não cresça mais não
Fique pequenininha na minha canção
Senhorinha levada
Batendo palminha
Fingindo assustada
Do bicho-papão
Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim
E você vai sofrer de repente
Uma desilusão
Porque a vida é somente
Teu bicho-papão
Fique assim, fique assim
Sempre assim
E se lembre de mim
Pelas coisas que eu dei
E também não se esqueça de mim
Quando você souber enfim
De tudo o que eu amei
 

terça-feira, 16 de junho de 2009

Um tanto errática

Parece-me por vezes que vai demorar muito tempo para entender como isso se faz. Em outros momentos tudo se mostra so, so simple! Tenham paciência comigo: sou de um outro tempo, gosto de velharias, mas aprendo rápido. Ou, pelo menos, sempre acreditei nisso, quando me diziam...


Imagem aqui

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dia, noite, dema

Dos 19 anos vividos por aqui, 17 foram dedicados a este lugar. Mais ou menos 10 horas por dia útil, um pouco menos de um terço da vida neste tempo. Bom, se contar as noites de insônia que este vínculo me causou, mais o tempo gasto com sonhos e pesadelos, somamos aí um pouco mais ...
A nova escultura na entrada principal da cidade exprime de forma absolutamente concreta a essência do território-espaço, território-gente, território-trabalho. Basta olhá-la com os olhos abertos para o que é essencial e ... vupt! entende-se tudo... ou deixa-se de entender. Eis o paradoxo do meu cotidiano: paixão pela garra deles, tantas vezes determinante da minha onipresente sensação de pequena vida oprimida na metrópole...