quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Em se plantando, tudo dá.

Muitos meses atrás, quando apresentei a mim mesma esta ferramenta, pensava em usá-la para retornar a uma prática acalentada na adolescência e no início da vida adulta: a escrita do diário. Embora já tivesse experimentado escrever memórias frescas e minha autobiografia aos nove anos (!), foi por volta dos 14, incentivada pelo Pe. Cabada, que comecei a desenvolver o gosto pela coisa.

Nem tão diárias assim, minhas lembranças do dia iam sendo registradas na medida em que fatos marcantes tocavam-me a alma, com ou sem dor, e desencadeavam a costumeira avalanche de sentimentos desenfreados que desaguavam legal no papel. Irmãos mais afoitos desses textos, vinham também poemas que, sem paciência de esperar chegar em casa para o registro organizado, acabavam escritos em qualquer folha de papel. Os que não se perderam por aí, restam guardados em uma pasta, aguardando serem trazidos para cá.

Enfim, escrevia muito, mas um dia parei. E o fato de ter uma nova ferramenta para publicar os pensamentos não foi suficiente para trazer de volta essa fluência da escrita, tão instrumental para a garota que não tinha muita capacidade de se expressar oralmente. Não é que não fosse falante, rss, quem me conhece sabe que costurar meus lábios equivaleria a me matar. Ainda estou mergulhando nisso, que não sei ao certo o que é, mas que me calou as mãos por anos a fio, e que parece estar se despedindo de vez. Aliás, se eu demorar muito a descobrir o que foi, nem vai dar tempo de saber.

Mas se não descobrir, tanto faz. Eu voltei. A semente foi lançada.